O nascimento de uma promessa: o início do Ana’s House Women’s Ministry

 

Ao contrário do que muitos pensam, o nome Ana’s House não nasceu da junção dos nomes das minhas filhas, Ana Cláudia e Annabelle. Essa casa nasceu do céu, do coração de Deus para o meu, e para tantas outras mulheres.

 

Tudo começou em 2017, quando, em uma temporada com minhas filhas nos Estados Unidos, participei de um encontro de mulheres cristãs. Naquela noite, a pastora Tânia Tereza, vinda do Brasil, ministrou sobre Ana e Penina. Foi a primeira vez que ouvi aquela passagem tão marcante do primeiro livro de Samuel, e fui profundamente impactada.

 

Ana, a estéril, a preferida, a aflita, mas também a fiel, a perseverante, a mãe do profeta Samuel. A história de Ana é a história de tantas mulheres: Incompreendidas, aflitas, mas que persistem em oração até ver a promessa nascer. Ana nos ensina que a fé deve permanecer mesmo em meio às lágrimas, e que o clamor sincero diante de Deus pode mudar destinos.

 

Ao final da pregação a pastora fez um apelo e fui até a frente da igreja. Chorando, clamei ao Senhor: Eu havia deixado tudo no Brasil, minha carreira, minha casa, amigos, conforto. Estava ali, imersa em dúvidas, sem saber o porquê de estar em uma nova nação. No altar, com o coração em prantos, perguntei: “Senhor, qual é o meu propósito aqui eu nem casa tenho para morar?” Foi quando ouvi, pela primeira vez de forma audível, a voz do Senhor me dizendo: “Você terá sim uma casa nesta nação. Mas essa casa será “Minha”. E Eu a confiarei a você para administrar.”

 

Voltei para o meu lugar sem palavras. Chorei a noite inteira, sem entender tudo o que havia acontecido. Dormi por apenas quarenta minutos e tive um sonho: uma casa imensa, com jardim, salas com mesas e varias cadeiras, quartos, e uma grande porta de entrada vermelha.

 

Ao acordar, peguei o celular, e ali estava — a mesma casa do sonho. Chorei ainda mais. Quando minha filha Ana Cláudia entrou no quarto, contei tudo. Ela respondeu: “Mãe, troca de roupa, vamos procurar essa casa. Se for a vontade e o tempo de Deus, Ele nos mostrará.”

 

Saímos pelas ruas de Washington- DC procurando, mas não a encontramos. Mesmo assim, algo havia mudado em mim.

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Aquela experiência foi apenas o início de uma profunda transformação espiritual marcada por renúncia e fé. Voltei ao Brasil, mas nada mais fazia sentido como antes. A vida que eu conhecia já não me preenchia. Decidi fazer um ano sabático. Fui para a JOCUM CCL e servi em missões na Inglaterra, acreditando que seguiria o plano inicial de passar quatro anos em Kona, no Havaí. No entanto, os caminhos do Senhor são maiores e melhores do que os nossos.

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Deus tinha me separado, sim, para viver em missão, mas a minha missão era a minha família. No final de 2018, voltei aos Estados Unidos, e em plena pandemia, me dediquei a cuidar da minha filha Ana Cláudia, seu esposo, o Pr. Carlos, e do meu neto Lucas. Quando cheguei, Alice, nossa primeira neta-milagre, já havia nascido há três meses e lutava bravamente pela vida. Ela nasceu com apenas 23 semanas, medindo 30 centímetros e pesando 490 gramas. Nove meses depois, o Senhor nos presenteou com mais um milagre: o Pedrinho, nascido com 24 semanas, 33 centímetros e 650 gramas.

 

Diante de tudo isso, compreendi que minha missão estava clara: Servir à minha família com a mesma fé e entrega com que serviria em qualquer nação, porque a vontade de Deus é perfeita, e ela começa dentro de casa. Alice e Pedrinho, que um dia enfrentaram os primeiros meses de vida em UTIs, sustentados por orações incessantes, hoje estão com 6 e 7 anos respectivamente. São crianças normais, saudáveis, alegres, testemunhos vivos de que Deus é o médico dos médicos e faz milagres.

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Em 2020, encerrei minha história no Brasil. Doei todos os meus bens, móveis, cristais, talheres, quadros, etc. Cada item com uma direção específica de Deus para quem eu deveria a abençoar.

 

Assim como o Senhor deu a Moisés as instruções do tabernáculo, Ele também me revelou detalhes da casa que eu deveria administrar para Ele: quantidade de salas, cômodos, funções e o nome: Ana’s House Women’s Ministry.

 

Com esse chamado claro, estava pronta para me mudar para os Estados Unidos. No aeroporto de Campinas, enquanto aguardava meu voo para Washington, DC, com seis malas, contendo apenas roupas e sapatos, sem utensílios, sem móveis, sem estrutura, mas com uma fé viva no Senhor, recebi um telefonema do meu irmão: Nosso pai estava muito mal e havia sido internado.

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Fiquei completamente desesperada. Eu havia estado com ele nos quarenta dias anteriores, e ele estava bem… justamente agora, na hora da partida, ele foi internado. No saguão do aeroporto, entre lágrimas, clamei ao Senhor pedindo direção. Foi então que ouvi, mais uma vez de forma audível:

 

“Se quiseres continuar carregando malas de um lado para o outro como executiva, permaneça no Brasil. Mas, se queres me seguir, entre naquele avião e vá para os Estados Unidos da América.”

 

A promessa de Deus estava viva dentro de mim. Entrei naquele avião confiante de que Ele cuidaria do meu pai, e Ele cuidou. Meu pai veio a falecer quatro anos depois após recebê-lo como Senhor e salvador, e eu tive paz por ter obedecido à voz do Senhor.

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Em terras americanas, iniciei minha jornada. Mudei-me para um pequeno apartamento, onde não havia sequer uma cadeira. Ainda assim, comecei a ver o mover de Deus. Tudo o que eu havia entregue, Ele me deu em dobro. Como está escrito em Jó 42:10:

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“O Senhor restaurou a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra.”

 

Muitas noites, adormeci orando e chorando, pedindo direção. E numa tarde, tomando café na sacada e observando os cervos pastando, ao som do louvor Chuvas de Graça, novamente ouvi a voz do Senhor:

 

“Faça exatamente o que você sempre fez: Acolha as pessoas.”

 

Eu havia passado minha vida acolhendo pessoas, na política, nas empresas onde trabalhei, em minha casa, no meu gabinete. Sempre à mesa. Então ali compreendi: Ana’s House começaria à mesa.

 

No dia 17 de outubro de 2020, nasceu o primeiro Café com Relacionamento. Apenas um grupo pequeno de mulheres, mas já era o início de um grande legado.

 

De lá para cá, os testemunhos se multiplicam. Hoje, sou casada com o Pr. Wellington Rangel, um homem de Deus que caminha comigo nesse chamado. Temos sete netos, Benjamin, Lucas, Bernard, Alice, Pedro, Eliza e Dominik, e uma casa que, embora ainda não seja aquela da porta vermelha, tem sido fiel ao seu propósito.

 

Nossa casa está sempre aberta, para cultos, mentorias, cafés, encontros, cursos e eventos. Acolhemos mulheres, famílias, mães atípicas, meninas, esposas, viúvas e líderes. Cumprimos a missão que o Senhor nos deu: Acolher e transformar vidas.

 

Como está escrito em Jeremias 29:11 “Pois eu bem sei os planos que tenho para vocês”, declara o Senhor, “planos de fazê- los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro.”

 

Eu creio que o projeto no papel, com a grande porta vermelha — se cumprirá em tempo oportuno. Porque o Senhor prometeu. E assim Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa (Números 23:19).

 

Ana’s House nasceu do clamor do meu clamor aos pés do altar. E hoje é um ministério que faz ecoar o mesmo clamor em outras mulheres: “Senhor, usa minha vida, meu lar, meu coração para Ti.”